Guerra nuclear local, catástrofe global As preocupações se fixam em Estados Unidos e Rússia, mas uma guerra nuclear regional entre Índia e Paquistão poderia ofuscar o Sol e matar de fome grande parte da humanidade
Há 25 anos, equipes internacionais de cientistas mostraram que uma guerra atômica entre os Estados Unidos e a União Soviética poderia resultar em um “inverno nuclear”. A fumaça dos vastos incêndios deflagrados por bombas lançadas sobre cidades e áreas industriais envolveria o planeta e absorveria tanta luz solar que a superfície terrestre ficaria fria, escura e seca. As plantas morreriam em escala global e nossas fontes de alimentos seriam extintas. No verão, as temperaturas superficiais registrariam valores de inverno. Uma discussão internacional sobre essa perspectiva sombria, alimentada em grande parte pelo astrônomo Carl Sagan, obrigou os líderes das duas superpotências a confrontar a possibilidade de que a corrida armamentista não ameaçava apenas sua própria existência, mas a de toda a raça humana. Todos os países, grandes e pequenos, exigiram o desarmamento.
O inverno nuclear foi fator importante para encerrar a corrida armamentista. Em retrospectiva, o ex-líder soviético Mikhail S. Gorbachev observou, em 2000, que “modelos elaborados por cientistas russos e americanos mostravam que uma guerra nuclear acarretaria um inverno nuclear extremamente destrutivo para toda a vida na Terra; essa informação foi um grande estímulo para nós, pessoas de honra e moralidade, agirmos”.
Por que discutir esse tema agora que a Guerra Fria acabou? Porque, à medida que outras nações adquirem essas armas, guerras atômicas menores, regionais, podem gerar uma catástrofe similar. Novas análises revelam que um conflito entre a Índia e o Paquistão, por exemplo, em que 100 bombas fossem lançadas sobre cidades e áreas industrializadas – apenas 0,4% das mais de 25 mil ogivas do mundo – produziria suficiente fumaça para aniquilar a agricultura global. Uma guerra regional faria um número incalculável de vítimas, inclusive em países distantes do confronto.
O inverno nuclear foi fator importante para encerrar a corrida armamentista. Em retrospectiva, o ex-líder soviético Mikhail S. Gorbachev observou, em 2000, que “modelos elaborados por cientistas russos e americanos mostravam que uma guerra nuclear acarretaria um inverno nuclear extremamente destrutivo para toda a vida na Terra; essa informação foi um grande estímulo para nós, pessoas de honra e moralidade, agirmos”.
Por que discutir esse tema agora que a Guerra Fria acabou? Porque, à medida que outras nações adquirem essas armas, guerras atômicas menores, regionais, podem gerar uma catástrofe similar. Novas análises revelam que um conflito entre a Índia e o Paquistão, por exemplo, em que 100 bombas fossem lançadas sobre cidades e áreas industrializadas – apenas 0,4% das mais de 25 mil ogivas do mundo – produziria suficiente fumaça para aniquilar a agricultura global. Uma guerra regional faria um número incalculável de vítimas, inclusive em países distantes do confronto.
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