Apesar de ser estudado há quase 100 anos, as causas do distúrbio ainda são desconhecidas. Muitas das pesquisas atuais sobre TDAH têm focado sobre a hereditariedade da doença, que é responsável por cerca de 70% da hiperatividade e falta de atenção da criança. Os 30% continuam sem explicação e recentemente o foco mudou para o ambiente.
O chumbo é uma neurotoxina e há muito tempo conhecido. A regulação governamental reduziu a quantidade de chumbo liberada para o ambiente, mas apenas regulamentar o combustível de automóveis e a tinta não eliminou completamente o chumbo do ambiente. Ele é encontrado em quantidades imperceptíveis nas roupas das crianças, nos doces importados, no solo e na água que elas bebem.
De acordo com o cientista Joel Nigg, do Oregon Health & Science University, essa exposição universal a baixos níveis de chumbo o torna um candidato ideal para ser um fator desencadeante do distúrbio. Isto era uma teoria até há pouco tempo, mas dois estudos recentes fornecem evidências fortes.
O primeiro estudo comparou crianças diagnosticadas com TDAH e crianças de controle, e descobriu que as crianças com a desordem possuíam níveis de chumbo no sangue levemente superiores. Este estudo mostrou uma ligação entre os níveis de chumbo no sangue e sintomas de hiperatividade e impulsividade apenas.
Um segundo estudo mostrou uma relação forte entre níveis de chumbo no sangue e problemas de hiperatividade e atenção.
Em ambos os estudos, a conexão era independente de QI, renda familiar, raça ou uso de tabaco pela mãe durante a gravidez.
Dr. Nigg fornece um modelo causal para os sintomas associados com TDAH: o chumbo se liga a locais no estriato e córtex frontal do cérebro, ativando ou desativando os genes nessas regiões. Ao desorganizar a atividade cerebral, a toxina por sua vez altera o processo psicológico suportado por esses neurônios, em especial o controle cognitivo. Finalmente, o controle cognitivo diminuído contribui para hiperatividade e falta de atenção.
Current Directions in Psychological Science, 01/02/2010
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